Free Article: Glossario de Pensamento Social

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Glossario de Pensamento Social: 'Portugese/Português Article'

Glossario de Pensamento Social

Portugese/Português Article

Espertezas Sociais: O tipo de “espertezas do nosso cérebro que usamos quando estamos com outras pessoas. As espertezas sociais ajudam os cérebros a perceber que as outras pessoas têm pensamentos sobre nós e que nós temos pensamentos sobre elas. Usamos as espertezas sociais na escola, em casa e EM TODO O LADO!

Espertezas Sociais: O tipo de “espertezas do nosso cérebro que usamos quando estamos com outras pessoas. As espertezas sociais ajudam os cérebros a perceber que as outras pessoas têm pensamentos sobre nós e que nós temos pensamentos sobre elas. Usamos as espertezas sociais na escola, em casa e EM TODO O LADO!


Espertezas escolares: Vários tipos de “espertezas” do nosso cérebro que usamos para aprender na escola. Espertezas de matemática, espertezas de computadores, espertezas de música, espertezas de ciências e muitas outras.


Corpo no grupo: O teu corpo está no grupo se as outras pessoas sentirem que tu fazes parte do grupo. Por exemplo, quando estás em pé, deves ficar a cerca de um palmo de distância e virar-te de frente para elas.


Cérebro no grupo: O teu cérebro está no grupo quando as outras pessoas sentem que estás a dar atenção ao que se passa no grupo. Por exemplo, quando estás a pensar neles com os olhos e a ouvir o que estão a dizer.


Pensar com os olhos: Quer dizer que usas os olhos para olhar para uma pessoa e que ela sente que estás a pensar no que ela diz ou faz.


Esperado: São as coisas que fazemos e dizemos que dão bons pensamentos sobre nós às pessoas, e que também as fazem sentir bem. Fazer o que é esperado depende de onde estamos e de com quem estamos.


Inesperado: São as coisas que fazemos e que dizemos que dão pensamentos incómodos (estranhos) sobre nós às pessoas e que as fazem sentir incomodadas, zangadas ou mal. Fazer o que é inesperado depende de onde estamos e de com quem estamos (situações diferentes).


Detective Social: Todos somos Detectives Sociais. E somos bons Detectives Sociais quando usamos os olhos, os ouvidos e o cérebro para saber o que as outras pessoas pensam fazer a seguir, ou o que estão a fazer, e o que querem dizer pelo que estão a dizer ou fazer.


Pensamentos bons (normais): As outras pessoas têm pensamentos sobre nós com base no que fazemos ou dizemos. Quando uma pessoa tem um pensamento bom (normal) sobre nós, quer dizer que sabemos como nos comportar naquele lugar com aquela pessoa. Quando as outras pessoas têm pensamentos bons sobre nós, elas também se sentem bem e podem lembrar-se como os fazemos sentir.


Pensamentos incómodos (estranhos): Temos pensamentos incómodos/estranhos sobre as outras pessoas e elas têm-nos sobre nós, dependendo da maneira como as pessoas se comportam, do que dizem ou se estão ou não fisicamente presentes. Quando uma pessoa tem um pensamento incómodo ou estranho sobre nós, isso quer dizer que tivemos algum comportamento que lhes pareceu negativo, e o mesmo acontece quando achamos que as outras pessoas têm comportamentos que nos dão “pensamentos incómodos” sobre elas.


NOTA SOBRE ESTE TERMO: Em termos de método de tratamento, quando trabalhamos este conceito com os alunos, não lhes devemos dizer que as outras pessoas têm pensamentos incómodos ou estranhos sobre eles. Os adultos devem, em vez disso, ensinar aos nossos alunos a maneira de ter “pensamentos bons” ou “pensamentos incómodos” sobre os outros, e como estes pensamentos se podem transformar em sentimentos incómodos em relação a outra pessoa, os quais, por sua vez, podem ter influência na forma como tratam essa pessoa! Também se deve trabalhar com os alunos para que tenham consciência de que as pessoas têm pensamentos incómodos/estranhos sobre os outros que estão à sua volta, incluindo os adultos e não apenas os alunos com quem trabalhamos! NUNCA se deve dizer a uma criança que ela é “estranha”, mas sim que existe uma diferença entre ter um “pensamento incómodo” ou “pensamento estranho” e chamar ESTRANHO a alguém! NUNCA chame nomes a um aluno pensando que o está a ajudar, pois, neste caso, o que acontece é que estamos a magoá-lo e não a ajudá-lo!


Adivinha Esperta: Quando usamos todas as nossas ferramentas (lembrar, ver, ouvir, saber e sentir) para perceber as coisas e depois adivinhar com base no que sabemos sobre o mundo. Os professores também esperam que façamos adivinhas espertas na aula. Quando nos transmitem alguma informação, devemos ser capazes de usar essa informação para adivinhar o que mais é preciso ou o que pode acontecer. As adivinhas espertas são “esperadas” e fazem com que as outras pessoas tenham pensamentos bons sobre nós porque sabem que estamos a tentar perceber as coisas!


Adivinha Estranha: Quando nos esquecemos ou não usamos as nossas ferramentas (lembrar, ver, ouvir, saber e sentir) para perceber as coisas. Quando, em vez disso, fazemos uma adivinha ao calhas sem ter informação nenhuma. Os professores não esperam que façamos “adivinhas estranhas” na aula ou nos trabalhos. As adivinhas estranhas são “inesperadas” e fazem com que as outras pessoas tenham pensamentos incómodos.


Ferramentas de Detective Social: Todos temos ferramentas de detective social que podemos usar sempre para nos ajudarem a conhecer as pessoas e os lugares. Estas ferramentas super importantes são os Olhos, os Ouvidos e o Cérebro e, claro, perceber os sentimentos dos outros (às vezes usa-se o desenho de um coração para representar o facto de as pessoas terem sentimentos).


Pensador Social: Todos somos “pensadores sociais” todos os dias, sempre que estamos com outras pessoas. Que dizer que estamos sempre conscientes de que as pessoas à nossa volta têm pensamentos sobre todos os nossos comportamentos. Mesmo quando as pessoas não estão a falar ou a brincar connosco, somos sempre pensadores sociais. Devemos ser pensadores sociais todos os dias nas aulas. E podemos sê-lo tendo paciência quando é a vez dos outros ou quando dão uma resposta igual à que estávamos a pensar. Os pensadores sociais sabem que, muitas vezes, partilhamos os mesmos pensamentos quando os professores estão na sala a ensinar. Aprender a tornar-se um pensador social melhor é o que fazemos toda a vida!


Começamos por desenvolver aquela parte do cérebro a que se chama área das espertezas sociais. Usando as ferramentas de Detective Social podemos desenvolver essa parte do cérebro. Quanto mais treinarmos, mais as nossas espertezas sociais vão aumentando... e, então, tornamo-nos super Pensadores Sociais!!!


TRÊS LIÇÕES DE PENSAMENTO SOCIAL


Mais lições em: Think Social! A Social Thinking Curriculum for School- Age Students, 2005, www.socialthinking.com


LIÇÃO: COMPORTAMENTOS ESPERADOS E INESPERADOS EM GRUPO


Adaptada a partir do Curriculum “Think Social!” De Michelle Winner (2005)


CONCEITOS-CHAVE:


Fazer o que é esperado em grupo.Fazer o que é inesperado em grupo.“Podes mudar os meus sentimentos”


FERRAMENTAS E MATERIAIS:


Cartazes de várias emoções (opcional).Quadrados de alcatifa ou cadeiras


O QUE FAZER:


@ Quando as crianças estiverem em grupo (sentadas no chão numa roda, ou numa mesa), a professora manifesta uma série de comportamentos socialmente bizarros ou “inesperados” (por exemplo, deitar-se no chão, virar- se de costas para o grupo, falar para as paredes, etc.).


@ Conversar com os alunos sobre aprender a fazer parte de um grupo, mas agir como só os estivesse a ensinar sem que esteja a acontecer nada de inesperado.


@ Observar as reacções deles, mas prosseguir e ignorar os seus olhares incómodos.


@ Após uns minutos, perguntar-lhes se acham que existe algo de errado ou estranho no seu comportamento. Deixá-los dizer como se “sentem” em relação a esses seus comportamentos inesperados.


@ Dividir o quadro em 2 colunas. Escrever “Comportamentos esperados em grupo” à esquerda (desenhar uma cara contente) e, à direita, “Comportamentos inesperados em grupo” (desenhar uma cara triste). Esta actividade geralmente gera um debate muito interessante!


@ Utilizando as reacções dos alunos, escrever no quadro quais os comportamentos que são “inesperados” numa sala de aula, como, por exemplo, deitar-se no chão, etc.


@ Escrever os comportamentos “esperados” numa sala de aula na coluna da esquerda.


@ Conversar com eles sobre o que sentiram quando você manifestou comportamentos “inesperados”. Talvez seja necessário ajudá-los, apresentando um cartaz de “sentimentos” ou fornecendo-lhes expressões como “incómodo”. Conversar com eles sobre o que sentiram quando você manifestou comportamentos “esperados” (por exemplo, calmo, bom, cómodo, normal). Conversar sobre a forma como os comportamentos deles se alteraram devido ao que você estava a fazer. Conversar sobre o facto do comportamento de uma pessoa influenciar a forma de eles pensarem, e sobre o facto de sermos capazes de alterar o que os outros pensam e sentem em relação a nós com base na alteração do nosso comportamento.


@ Conversar sobre o que as crianças são supostas (esperado) fazer com: os olhos, a cabeça, os ombros, as mãos, os pés, as pernas e a boca, etc, durante as actividades em grupo.


@ Elogiar os alunos quando partilham o que sabem sobre a forma de estar em grupo e quando usam as suas “espertezas sociais” para perceber o que faz as pessoas sentirem-se bem ou incomodadas quando estão inseridas num grupo.


(Este conceito nuclear do esperado e do inesperado é de extrema importância. Daí ser a base de muitas das lições de Pensamento Social. Para uma análise mais aprofundada de outros conceitos fundamentais ou outras informações: www.socialthinking.com).


LIÇÃO: PENSAR COM OS OLHOS


Adaptada a partir do Curriculum “Think Social!” De Michelle Winner (2005)


CONCEITOS-CHAVE:


Pensar com os olhosPensar sobre o que os outros estão a pensar


FERRAMENTAS E MATERIAIS:


Nenhuns


O QUE FAZER:


@ Pedir aos alunos que fechem os olhos e dar-lhes instruções vagas, ou perguntas como “olha para ali para ver o que está na parede” ou “quem é isso?”


@ Perguntar-lhes sobre o que está a falar em cada questão que lhes põe. @ Pedir-lhes que expliquem por que razão não sabem.


@ Motive-os a perceber que não sabem sobre o que está a falar porque não podem ver a quem ou a quê se está a referir.


@ Pedir-lhes que mantenham os olhos fechados enquanto conversam sobre esta questão.


@ Pedir-lhe que abram os olhos e introduzir a linguagem Pensar com os Olhos.


@ Pedir-lhes que falem sobre a forma como utilizam os olhos para pensar sobre o que está na sala.


@ Introduzir a ideia de que eles podem “pensar sobre o que os outros estão a pensar” se “pensarem com os olhos!”


Fazer um jogo no qual os alunos tentam adivinhar para onde está a olhar com base na direcção do seu olhar. Em seguida, pedir-lhes que adivinhem no que está a pensar com base na direcção do seu olhar. Começar por olhar para qualquer coisa que esteja perto (por exemplo, olhar para o relógio ou directamente para eles!).


LIÇÃO: ESPIÃO SOCIAL OU DETECTIVE SOCIAL


Adaptada a partir do Curriculum “Think Social!” De Michelle Winner (2005)


CONCEITOS-CHAVE:


Ser um Detective Social ou um Espião Social


Tornar-se um melhor observador e perceber os planos dos outros


Ler os planos dos outros através da observação dos seus actos (esta é uma forma simples de ensinar às crianças que elas lêem as intenções dos outros).


FERRAMENTAS E MATERIAIS:


Nenhuns


O QUE FAZER:


@ Conversar sobre o que os Detectives fazem e encorajá-los a perceber que os bons detectives têm de observar as pessoas para perceber o que elas estão a fazer, a pensar e o que irão fazer a seguir.


@ Durante esta discussão deve motivá-los a pensar sobre os motivos/intenções das outras pessoas.


@ Fazer o jogo: “Consegues ler os meus planos?”


@ Explicar aos alunos que eles podem ser “detectives” sociais, e que a tarefa deles é tentar perceber o que irá fazer em seguida.


@ Ensinar aos alunos que eles podem pensar com os olhos e tentar descobrir o seu plano.


@ Motivá-los para usarem os olhos, os ouvidos e o cérebro para fazer uma “adivinha esperta” sobre perceber os planos de alguém.


@ Começar por fazer qualquer coisa muito óbvia como, por exemplo: levar a mão a uma caneta ou à maçaneta da porta, mas parar imediatamente antes de tocar no objecto e FICAR QUIETA. Manter esta posição e ver se eles conseguem adivinhar o que vai fazer a seguir. A maior parte dos alunos consegue-o. Assim, está a ensiná-los a perceber o que os seus cérebros já sabem fazer e a ajudá-los a aprender que isto faz parte de ser um melhor “pensador social”.


@ Fazer com que os alunos, um de cada vez, “façam uma acção”, mas que parem imediatamente antes de a completarem. Ajudá-los a perceber que não devem tentar enganar os outros, mas sim empenharem-se no trabalho em grupo.


@ Quando os alunos compreenderem o conceito de usar os olhos, os ouvidos e o cérebro para perceber os planos dos outros, encaminhá-los para outras actividades de grupo mais complexas, utilizando cubos, Legos ou quebra-cabeças, tal como explicado no curriculum Think Social! Deverá trabalhar com eles para que percebam que também podem usar os olhos não só para perceber os planos dos outros, mas também para perceber o que as pessoas SENTEM relação ao que eles fazem!


@ Os professores acham que através da divisão destes conceitos é mais fácil conversar com os alunos sobre os pequenos passos do comportamento social, que tão importantes são numa sala de aula! Até há pouco não existia um vocabulário muito diversificado para falar sobre comportamento social: apenas esperávamos que os alunos se portassem bem! Agora temos uma nova forma de falar com eles. Aproveite bem a sua criatividade ao longo de todo este processo.


Em “Think Social: A Social Thinking Curriculum for School-Age Children“ (2005) poderá encontrar mais ideias para desenvolver esta actividade. Os conceitos-chave do pensamento social são apresentados no livro “Thinking About You Thinking About Me”, 2a Edição (2007), Winner.

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